PESQUISA ANALISA OS BENEFÍCIOS DO VINHO PARA O CORAÇÃO E PARA A MENTE
- christianocruz
- 23 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
(*) Adaptado de Wine Spectator

AO CORAÇÃO
Cientistas testaram um novo tratamento à base de vinho para doenças cardíacas e dois estudos revelaram que propriedades anti-inflamatórias de compostos presentes na uva podem melhorar o cérebro.
Sabemos que os antioxidantes encontrados no vinho tinto são bons para a saúde do coração, mas e se além de ajudar a prevenir doenças cardíacas, eles pudessem ser usados para tratá-las? A Dra. Tammmy Dugas, professora da Universidade do Estado de Louisiana, trabalha nisso.
As doenças cardíacas - principal causa de mortes no Estados Unidos, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês) - são comumente tratadas com um procedimento conhecido como angioplastia coronariana, no qual um pequeno balão é inserido em uma artéria que sofreu bloqueio ou estreitamento para poder inflá-la e permitir que o sangue flua para o coração, diminuindo assim o risco de infarto ou derrame (veja animação abaixo). Normalmente, os pacientes recebem também um tubo de malha de arame, chamado "stent", inserido para sustentar as paredes do vaso sanguíneo. Para evitar que novas células cresçam ao redor dos stents e bloqueiem o vaso novamente, alguns stents são projetados para liberar agentes quimioterápicos. O problema é que estes agentes podem fazer com que a artéria se estreite novamente.

Para diminuir esse risco, Dugas e sua equipe estão desenvolvendo um novo tipo de stent que libera compostos naturais conhecidos por promover a cicatrização e prevenir a coagulação do sangue e inflamação: o resveratrol e a quercetina, dois antioxidantes encontrados no vinho tinto. Dugas, que também é cofundadora da ReQuisite Biomedical, empresa que trabalha na produção destes stents, diz que a combinação do resveratrol com a quercetina pode impedir que o tecido se acumule em excesso e que o vaso sanguíneo se estreite ao cicatrizar.
Além dos stents modificados, os pesquisadores estão desenvolvendo um balão revestido com os mesmos compostos para tratar doença arterial periférica, que restringe o fluxo sanguíneo para os rins, braços, pernas ou estômago. Este procedimento poderá ajudar a tratar artérias que são de difícil alcance através dos procedimentos tradicionais de angioplastia. Os dois produtos ainda estão em desenvolvimento.
À MENTE - COMPOSTOS DA UVA PODEM AJUDAR COM A DEPRESSÃO
Dois compostos da uva, menos conhecidos, podem ajudar a tratar e prevenir a depressão induzida pelo estresse. Em um estudo publicado na Nature Communications, pesquisadores da Escola de Medicina Icahn do Hospital Monte Sinai, em Nova Iorque, descobriram que o ácido di-hidrocafeico (DHCA) e a malvidina-3-glicosídeo (mal-gluc), ambos nutrientes encontrados nas uvas, atenuam a depressão causada por estresse em ratos, tornando-se as mais novas descobertas a respeito dos mecanismos desta doença.
O estudo defende que as baixas taxas de resposta associadas aos antidepressivos populares - sem mencionar a enormidade de efeitos colaterais - indicam a necessidade de novos tratamentos terapêuticos que abordem as causas subjacentes da depressão. A depressão, que atualmente afeta cerca de 16 milhões de pessoas nos Estados Unidos a cada ano, de acordo com o CDC, está associada a uma variedade de mecanismos, incluindo inflamação nas áreas periféricas do cérebro, bem como anormalidades nas sinapses cerebrais, estruturas que permitem que os neurônios comuniquem-se entre si.
Em estudos anteriores, o resveratrol mostrou ser capaz de reduzir a inflamação relacionada ao estresse cerebral. Agora, este novo estudo demonstra que o DHCA também é capaz de controlar a inflamação, enquanto a mal-gluc foi capaz de influenciar a atuação dos genes responsáveis pela plasticidade sináptica (basicamente, a capacidade de fortalecimento ou enfraquecimento das sinapses). Os pesquisadores também demonstraram que um tratamento utilizando a combinação de DHCA e mal-gluc reduziu o comportamento depressivo em ratos suscetíveis ao estresse.
"Nossa abordagem para usar um tratamento combinado de DHCA e mal-gluc para inibir simultaneamente a inflamação periférica e regular a plasticidade sináptica no cérebro funciona sinergicamente para otimizar a resiliência contra fenótipos como depressão induzida por estresse crônico", disse em um comunicado o Dr.Giulio Maria Pasinetti, pesquisador-chefe e professor de Neurologia no Hospital Monte Sinai. "A descoberta destes novos fitoquímicos naturais derivados da uva... pode fornecer uma maneira eficaz de tratar um grupo de pacientes com depressão e ansiedade, condição que afeta muitas pessoas".
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Amigos, embora o texto seja bastante técnico, é importante reafirmar e conhecer os benefícios do vinho. Sem dúvidas, quando consumido com moderação tem a capacidade de aumentar nossa saúde e bem-estar físico e psíquico.
Saúde a todos!
Crédito da imagem: insider.com
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